Campos Machado diz
que promotor primeiro divulga para imprensa, depois investiga.
Apesar de
manifestações contrárias à Proposta de Emenda Constitucional (PEC 1/13), que
visa deixar apenas nas mãos do procurador-geral de Justiça de São Paulo a
responsabilidade em investigar casos de improbidade administrativa de prefeitos
e deputados, o autor da proposta, Campos Machado (PTB), garante que não vai
recuar.
Em entrevista
exclusiva ao Diário, Machado afirma que abandonar a proposta, que deve ir à
votação em 15 de agosto, seria a “desmoralização” e o “rebaixamento” da
Assembleia Legislativa de São Paulo:
Diário da Região - O
senhor pretende retirar a Proposta de Emenda Constitucional 1/13 após os
protestos?
Campos Machado - A Assembleia (Legislativa de São
Paulo) não pode se acovardar. Eu vou fazer campanha e vou mandar fazer pesquisa
para orientar a população. Pra mim a coragem sempre precisa vencer o medo.
Diário - A proposta
apresentada pelo senhor tira o poder de investigação dos promotores, deixando
apenas nas mãos do procurador-geral de Justiça (hoje Márcio Fernando Elias
Rosa). Como ficaria o trabalho do Ministério Público?
Machado - O procurador (geral de Justiça)
poderá delegar (funções) aos outros promotores. Nada impede que os promotores
façam (as investigações). Mas o procurador terá que assinar as ações.
Diário - Qual problema
com Ministério Público hoje?
Machado - Primeiro (os promotores) divulgam
(as supostas irregularidades contra agentes políticos) para depois apurar. Isso
é errado. Até o presidente do Tribunal de Justiça, Ivan Sartori, é francamente
favorável. Não é certo divulgar para depois começar a investigar.
Diário - A PEC 37, no
Congresso, foi derrubada depois das manifestações. O senhor não se preocupa com
isso?
Machado - A PEC 37 foi votada porque o
Congresso foi acuado. Foi feito lobby no Congresso. A nossa PEC (1/13) só diz
respeito aos agentes políticos. Os promotores fazem política partidária. Não
posso recuar. Seria a desmoralização da Assembleia.
Diário - Deputados
dizem que votarão contra a proposta. Mesmo os que se dizem favoráveis, agora
falam em votar contrário. Isso porque houve as manifestações. Como o senhor
analisa o posicionamento?
Machado - Seria falta de respeito derrubar
a PEC 1. Com todo respeito com as manifestações, elas não podem ser superiores
a um poder. Se você encontrar um prefeito que não teve problemas com o MP, me
avise, por favor.
Diário - Não haverá
recuo então?
Machado - Quem fala que eu vou recuar não
me conhece. Se perder, não sou eu, mas a Assembleia de São Paulo.
Foto: Campos
Machado acusa promotores de fazer “política partidária”
Fonte: Diário da Região
(São José do Rio Preto) / Heitor Mazzoco
http://www.diarioweb.com.br/novoportal/
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